quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Um sono, uma cama,um beijo

Não quero um sono qualquer em outros braços,
Por que quero agora, o teu abraço,
Teu cheiro de homem misturado ao suor de macho feroz.

Não quero um beijo de outra boca qualquer
Quero a tua devoradora e nua
Quente e como poucas gemente.

Suplico que me deite e de mim faça fêmea berrante
Quero morder meus lábios a dentadas agonizantes
E quero ser sufocada pelo teu corpo quente
Te quero sem camiseta e bermuda.

Lençóis atrapalham a combustão de nós
Te quero aninhado em mim
Acomodado exausto entre minhas pernas
Como um conquistador aventureiro.

Quero ser sacudida,
Arremessada contra as rochas da cama
Sentir a força, o inantigivel,
Aquilo que não se diz.

O dia me que comi o Escuretto

Lembro que derreteu na boca,
Enquanto salivava como o caçador espreitando a presa
Faminto, o devorei como trapo em minhas mãos.

Lembro de ter fechado os olhos experimentando
Enquanto minha língua roçava os lábios umidos
Acho que gemi como algum felino mostrando as garras
Um rosnado de vencedor.

O comi degustando como o vinho caro
Que o meu dinheiro não pode comprar
Mas mais do que sede, foi a fome.

O apetite de comê-lo como o último grão de trigo
No dia me que lembro de ter comido o Escuretto
Ficou um gosto de rebeldia na boca
Uma ânsia de um pouco mais.

A tentação de devorar outro pedaço
De sentir língua e tato
Gosto e sentido
Ruína e minha vitória quando comi o Escuretto.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Verdades

De quantas verdades é preciso para se acreditar
E de quantas estrelas tem que se roubar por um beijo
E de quantos livros seria preciso ler
E de quantos poemas recitar na alma
Para que ter de amar?
Achar as ruínas do que se pensou ser na vida,
Antes que algo inunde nossa alma
Levando consigo fragmentos de vidro.
Faz tempo, anos que não te escrevo
Meus cadernos estão cheios
E minha alma por demais vazia.
Faz tempo que não conversamos,
ficaram inúteis nossa voz.
Minhas mãos diferentes
Nem de longe fazem lembrar aquelas mãos
Que um dia te tocaram.